Entenda o que motivou a criação do projeto Think Aorta e o porquê da importância de disseminar a conscientização sobre a dissecção da Aorta.
Aqui você encontra todas as principais perguntas sobre a condição, que pode ser fatal quando não diagnosticada.
Compartilhe a causa com seus amigos e familiares, baixe agora o pôster oficial da iniciativa PENSE AORTA e ajude-nos na divulgação da causa!
A dissecção de Aorta é uma ruptura da sua parede interna, chamada camada íntima. Quando este rompimento ocorre, a Aorta se divide em duas, internamente, e o sangue pode se distribuir de forma desigual entre os órgãos.
O sintoma mais comum na fase aguda é uma dor torácica de forte intensidade. Alguns pacientes relatam ter a nítida sensação de algo se partindo ou rasgando dentro de si. O principal diagnóstico diferencial é o infarto agudo do miocárdio. Outras dores torácicas, de menor gravidade, também podem ser consideradas, como dores musculares ou crises dispépticas (de gastrite).
A dor também pode ser relatada no pescoço, costas ou abdômen.
A diferenciação é feita pela história clínica, e alguns exames podem ser auxiliares no diagnóstico, como um Ecocardiograma ou um ultrassom abdominal. Um diagnóstico definitivo, contudo, só é obtido através de um exame de Angio Tomografia Computadorizada.
A disseção de Aorta ocorre normalmente por problemas estruturais na parede deste vaso. Didaticamente podemos separar em dois grupos:
O primeiro é aquele em que o paciente, hipertenso grave de longa data, e tabagista, na faixa de 60 anos, vai apresentar dano crônico da camada interna da Aorta, até que um dia ela pode se romper. Algumas vezes o paciente já apresenta uma dilatação de aorta que antecede a dissecção.
O segundo é um grupo de paciente mais jovens, de 30 a 40 anos, que tem doenças genéticas como Síndrome de Marfan, Ehlers-Danlos e Turner entre outros. Ou uma alteração estrutural do coração chamada valva aórtica bicúspide. Algumas destas síndromes genéticas envolvem problemas do colágeno, e os pacientes apresentam alterações estruturais da camada média da Aorta, que um dia pode dissecar.
Outras situações menos frequentes, mas que também podem ser gatilhos para uma dissecção de Aorta, são a gravidez, os traumas, e o uso de drogas ilícitas, particularmente a cocaína.
Quem tem mais chance de ter o problema, homens ou mulheres? Se existir diferença, por favor, esclarecer.
No primeiro grupo de doentes, aquele associado a processos degenerativos crônicos, os mais afetados estatisticamente são os homens, do mesmo modo que são mais afetados por doenças cardiovasculares.
No segundo grupo, a real incidência deve ser até o momento desconhecida, já que o rastreio de doenças genéticas às vezes não é disponível ou de conhecimento de todos. Mas a princípio em relação ao gênero, homens e mulheres estão igualmente afetados.
Aproximadamente 2/3 dos casos ocorrem na Aorta Ascendente (Tipo A), que é uma porção da Aorta que está mais próxima do coração. O risco principal nesta situação, na fase aguda, é de haver comprometimento das artérias conorárias e uma condição de restrição ao trabalho cardíaco conhecida como tamponamento cardíaco. Esta condição, infelizmente, se não reconhecida e tratada, pode ser fatal em poucas horas. Na fase aguda as dissecções do Tipo A tem taxa de mortalidade de até 30%. Sem tratamento, além do tamponamento cardíaco, pode ocorrer também a rotura da Aorta, condição letal na totalidade dos casos se não tratada.
Na porção da Aorta Descendente e Abdominal, o risco maior está relacionado a diferença de distribuição de sangue entre os órgãos. A questão da Aorta estar dividida em duas, pode levar por exemplo à falta de sangue para um órgão, como por exemplo um rim, ou outros órgãos abdominais (fígado, intestinos), ou um membro inferior, ou até mesmo à medula espinhal, causando paraplegia. Por isso, reconhecer situações de isquemia e tentar revertê-las o mais rapidamente possível é vital nestes casos.
A pessoa precisa ir ao Pronto-Socorro imediatamente para obter um diagnóstico adequado e receber o tratamento específico o quanto antes.
Angiotomografia de Aorta é o exame padrão-ouro.
Estima-se que cerca de 14.000 pessoas morreram em decorrência da Dissecção Aórtica de 1985-2009 só no estado de São Paulo. Este dado epidemiológico em um período de 25 anos certamente nos alerta para a necessidade de atenção a esta doença potencialmente letal.
É possível que a real incidência no Brasil, assim como em outros países, seja subestimada.
O paciente cirúrgico vai sempre precisar acompanhar sua intervenção após. Quer seja terapia convencional, com substituição da Aorta por prótese, ou por via endovascular por cateterismo.
A aorta pode continuar se modificando anos depois da dissecção até por questões relacionadas a envelhecimento e perda da elasticidade dos tecidos, então o principal problema no longo prazo é a dilatação da Aorta por seu enfraquecimento. Quando a dilatação é grande, acima de 6 cm no tórax, ou 5 cm de diâmetro no abdômen, uma intervenção cirúrgica pode ser necessária
É possível controlar os fatores de risco modificáveis, como controlar a pressão e o colesterol, e cessar o tabagismo. A aorta pode continuar se modificando anos depois da dissecção até por questões relacionadas a envelhecimento e perda da elasticidade dos tecidos, então o principal problema no longo prazo é a dilatação da Aorta por seu enfraquecimento. Quando a dilatação é grande, acima de 6 cm no tórax, ou 5 cm de diâmetro no abdômen, uma intervenção cirúrgica pode ser necessária
Acredita-se que no mundo inteiro uma das principais dificuldades relacionadas a esta doença seja o seu diagnóstico. Estima-se que menos da metade dos doentes com esta grave condição não recebem o diagnóstico na primeira avaliação.
Cerca de 5 anos atrás um grupo de pacientes americanos se uniu em associação, e anos depois um grupo de pacientes ingleses também associados, se mobilizaram e criaram uma campanha de conscientização mundial sobre a doença.
A iniciativa, chamada THINK AORTA (Pense Aorta), deu início a uma campanha estruturada em 2018, envolvendo pacientes, médicos e Sociedades médicas internacionais de renome e de diversas especialidades no mundo inteiro. O objetivo deste grupo tem sido fazer campanhas educacionais e de conscientização não só com médicos, mas também com o público, e tem conseguido através de suas iniciativas melhorar os resultados destes pacientes e salvando vidas.
No Brasil, Dra. Grace Mulatti e Dr. André Brito entraram em contato com o comitê global para trazer a campanha para o Brasil, primeiro país da América do Sul a fazer parte, e obtivemos o apoio da SBACV nacional através da apresentação da campanha ao Dr. Bruno Naves e Dr. Marcelo Calil Burihan. Um grupo de mais de 400 pacientes se uniu a nossa iniciativa, chamado Unidos pela Dissecção, que já estavam estruturados em um grupo de Facebook e um grupo de Whatsapp. Cerca de 8 depoimentos nos foram enviados, e todos relatam a dificuldade e a demora para se obter o diagnóstico, e são muito comoventes.
Muito trabalho ainda necessita ser feito para conscientizar a classe médica, não só os especialistas de cirurgia vascular mas também de cardiologia, medicina de emergência, UTI, cirurgia cardíaca, para chamar a atenção para pensar mais nesta hipótese diagnóstica, como a campanha diz.
O Think Aorta é uma iniciativa global cujo objetivo alertar para Dissecção de Aorta, de modo todos os médicos considerem este diagnóstico no diferencial de dor torácica. Um diagnóstico precoce salva vidas.
Cerca de 5 anos atrás, uma associação de pacientes americanos se uniu a pacientes ingleses, e juntos deram início a este movimento que hoje conta com iniciativas em cerca de 20 países.
Estima-se que cerca de 14.000 pessoas morreram em decorrência da Dissecção Aórtica de 1985-2009 só no estado de São Paulo. Este dado epidemiológico em um período de 25 anos certamente nos alerta para a necessidade de atenção a esta doença potencialmente letal.
O Brasil é o primeiro país da América Latina a se juntar à campanha global. Os médicos cirurgiões vasculares Dra. Grace Mulatti e Dr. Andre Brito são os líderes da campanha Think Aorta no Brasil, e estão alinhados com as diretrizes globais de divulgação, conscientização e educação.
No Brasil, um grupo de sobreviventes e familiares, chamados Unidos pela Dissecção com cerca de 400 integrantes, já estava mobilizado e organizado, esperando que alguém os acolhesse. Depoimentos com histórias comoventes relatam o atraso diagnóstico e a consequência dele.
Neste momento estamos muito felizes com o apoio da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, e ansiosos para que mais pessoas possam dar voz a esta causa. Junte-se a nós!